Da infância ao primeiro emprego: o início da jornada
Hoje me peguei pensando em quando decidi ir em busca do meu sonho. Um sonho construído em etapas, na verdade, pois, ao longo da vida, fui juntando partes até conseguir sonhá-lo por completo.
Na infância, decidi que queria ser professora – sempre foi minha brincadeira favorita. Na adolescência, ao participar do grêmio estudantil, organizar eventos e festas e ser capaz de reunir todas as tribos, percebi que era uma líder. Aliás, foi uma professora que me alertou sobre isso, e então comecei a enxergar que realmente poderia ser.
Quando decidi fazer Pedagogia, comecei a trabalhar em escolas e me apaixonei pelo ambiente onde todos falam a língua do desenvolvimento humano, buscando sempre o melhor para os estudantes.
Quando liderar e ensinar começaram a se misturar
Mas a vida deu um salto e me levou para o mundo de Telecom aos 21 anos. E foi lá que descobri que adorava mudanças de rotina, a loucura de ter sempre algo novo para aprender, de viver novidades todos os dias. Para uma sagitariana como eu, isso sempre foi extremamente atraente e desejado.
Mas preciso confessar: acho que o que realmente me conquistou nesse mercado foi a possibilidade de viajar, conhecer lugares e pessoas. Inclusive, minha primeira viagem de avião foi aos 21 anos – cheia de ansiedade, animação e, claro, um certo medo. Era a primeira vez que eu saía da “barra da saia” da minha mãe (mesmo que ela nunca tenha usado saia, rs).
Gostei tanto dessa experiência que, depois de algumas reviravoltas, trocas de operadora e a decisão de sempre encarar os desafios de frente, logo me tornei coordenadora de uma equipe de backoffice. Me lembro do dia em que fui chamada de “chefa” pela primeira vez. Lembro até o tom carinhoso do Nilson ao me chamar assim. E, no automático, respondi: “Para, guri! Capaz, não me chama assim. Sou a Cris.” Mas não teve jeito, ele seguiu com esse costume pelos três anos em que ocupei esse cargo.
Um novo mundo na área de Treinamento
E foi nessa função, em um mercado cheio de mudanças, que comecei a aplicar meu lado professora com minha equipe. Reservava dias específicos para treiná-los e também era responsável por atualizar o time a cada viagem que fazia, trazendo novos processos e campanhas. Com tantas novidades sempre surgindo, isso se tornou algo frequente.
Em determinado momento, percebi que os dias em que eu acordava mais empolgada para trabalhar eram justamente aqueles em que eu iria treinar a equipe.
Então, surgiu uma oportunidade para ser analista de treinamento. Era tentador, mas também contraditório, pois, olhando para o plano de carreira, significava sair de coordenadora para analista. No entanto, algo foi o fator decisivo: nessa nova função, eu faria muitas viagens. E não restaram dúvidas. Conhecer novas pessoas, novos lugares… Bah, tudo parecia encantador!
E assim foi. Amei ser a “professora” e contribuir de forma diferente com tantas pessoas. Viajei tanto que, nesse período, até casei. Mas calma, não me apaixonei por nenhum aluno, e sim pelas possibilidades dessa nova vida, que me proporcionou realizar o sonho de comprar minha casa, casar e viver aquela parte do sonho de ter minha própria casinha.
Nesse mercado com mudanças constantes, uma delas é a tal fusão de empresas. Foi lá pela segunda fusão que resolvi mudar de operadora. Quando entrei na nova empresa, já tinha o status de analista sênior, com muita autonomia e, de certa forma, poder de construir algo novo, pois novamente era uma startup.
Foi aí que meu sonho ganhou mais algumas peças. Já sabia que gostava de liderar e treinar pessoas, e naquele momento descobri o quanto amava a autonomia de criar, de desenvolver treinamentos e dinâmicas do zero.
Outro mundo se abriu para mim. E, por sorte ou destino, estava em uma equipe nacional que tinha o melhor líder com quem já convivi. Ele investiu no nosso desenvolvimento mais do que qualquer empresa poderia imaginar e mais do que qualquer colaborador poderia desejar.
Foi assim que ganhei o cargo de Especialista em Treinamento, justamente por conta das tantas especializações que tive a oportunidade de fazer.
Crises, amadurecimento e propósito
Nos 14 anos em que estive nessa operadora, enfrentei mais duas fusões. Passei por uma gravidez, me redescobri como mulher, como mãe, lidei com perdas familiares e até com a perda de um colega que era meu par de trabalho. Foram desafios pessoais e profissionais, tudo acontecendo dentro do curso natural da vida, à medida que amadurecemos… Ou já posso dizer que envelhecemos? Seja como for, cada nova etapa me levava a caminhos mais claros em relação ao meu propósito.
Ao longo dos últimos anos, busquei muito autoconhecimento: fiz cursos, workshops, formação em coaching, assisti palestras, li livros – tudo que me ajudasse a ampliar minha visão de mundo e de mim mesma me atraía cada vez mais.
Então, chegou a pandemia. Esse assunto certamente renderia um outro texto, mas o ponto aqui é que foi nesse período que fui conduzida, obrigatoriamente, a direcionar meu trabalho para o formato online. E, mais uma vez, um novo mundo se abriu para mim.
Quando o sonho ficou completo
Dessa vez, finalizei o quebra-cabeça do sonho que vinha sendo construído desde aquela época em que eu era apenas a professorinha das brincadeiras infantis. Percebi que queria compartilhar meu conhecimento com o mundo, construir algo para chamar de meu, contribuir com as pessoas e, ao mesmo tempo, ter a possibilidade de uma estabilidade financeira para mim e para minha família, seguindo meu propósito de vida, com uma pitada de loucura e outra de coragem e uma boa colherada de fé.
E foi assim que surgiu a Treine.C.
Semana que vem continuamos esse papo… porque isso aqui é um blog, não um livro, né?!
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